Olá, sejam muito bem vindos ao meu blog!
Para inaugurá-lo, eu não poderia deixar de contar um pouquinho de como eu comecei nessa trajetória com a fotografia.
Muita gente me conhece mas poucas pessoas realmente acompanharam e ainda acompanham este percurso.
Eu sempre gostei muito de fotografia. Quando era pequena, ficava horas vendo fotos antigas da família, aquelas preto e branco, ou até parecendo meio queimadas, com efeitos avermelhados. Enfim, eu ficava impressionada como aquilo era possível. Como gravar uma imagem em um papel? Para mim, uma coisa surreal. À medida em que fui crescendo, fui entendendo um pouco como aquilo era produzido. Meus pais tinham uma câmera fotográfica basicona, tiravam poucas fotos (porque o filme era limitado a 24 ou 36 poses!!!) e logo em seguida, levavam para revelar num laboratório perto da nossa casa: o antigo Belcolor. Eles conheciam as pessoas que trabalhavam lá, às vezes meu pai fazia permutas com prestação de serviços e a gente ia vivendo. Como a maioria dos brasileiros, não vim de família rica e sempre trabalhamos muito para conseguir o que queríamos.
Pois bem, o dia que resolvi ter uma câmera, já na minha adolescência, fui procurar marcas, modelos, como era a questão do filme e revelação e descobri que não tinha a menor condição financeira de bancar um start na fotografia. Sem muito lero lero, guardei na gaveta um sonho, que ficou por lá até quase o final da minha graduação em biologia. No curso, tínhamos uma matéria de documentação fotográfica. Tínhamos aulas teóricas e práticas, no laboratório consegui ter meus primeiros encontros mais íntimos com as câmeras da Nikon e da Canon. Aprendi usá-las! Muita alegria. Comecei com os filmes positivos, para apresentação dos trabalhos e foi muito legal. Até hoje ainda tenho os slides do carrossel do projeto que fizemos no zoológico. Mas foi um aperitivo apenas. Na faculdade eu trabalhava para pagar o curso, e mal mal sobravam alguns poucos reais por dia para o almoço. Lá ía novamente o meu sonho pra gaveta, mas dessa vez eu tinha colocado uma meta para mim. Que no meu primeiro emprego eu iria juntar uma grana para comprar minha primeira câmera.
E não deu outra. Ao me formar, consegui um emprego em uma empresa multinacional, na área de meio ambiente. Carreira que construí por quase 10 anos até decidir me dedicar à fotografia. E com um pedaço dos meus salários, depois de uns dois anos aproximadamente, comprei minha primeira Nikon!!!! Um D5000, digital. Uma alegria só! Saí experimentando todos os tipos de foto, lugares, configurações. Algumas coisas eu não conseguia encontrar na câmera para mudar, mas eu me virava. Foi ela que me acompanhou na estreia das minhas viagens internacionais com o meu atual marido, na época, namorados. Usei muito a bichinha, sempre com cuidado e sem exagerar nos cliques, afinal, não saberia quando poderia ter outra!
O tempo foi passando e eu me vi no limite, queria mais. Queria aprender mais. E partindo para uma nova aventura, eu tinha duas grandes inspirações, dois amigos do peito. Um deles largou a educação física para viver de fotografia em São Paulo. Uma pessoa linda, de coração gigante e com muita coragem. O outro, meu calouro no curso de biologia, mas meu veterano na fotografia, dava aulas em uma escola de imagem em Belo Horizonte, na qual, coincidentemente ou não, o primeiro amigo se especializou para mergulhar neste mundo apaixonante. Eu não tinha outro caminho, fui fazer um curso de fotografia que eu conseguisse me profissionalizar. Eu adorei o curso, aprendi coisas que nem imaginava que existiam como o grande mercado da fotografia comercial de books e eventos. Infelizmente, a matéria que eu mais gostei, sobre Olhar Fotográfico, foi uma das menores e mais rápidas. De qualquer forma, foi naquele módulo que eu soube, uma semente especial tinha sido plantada aqui dentro. Foi quando descobri que a fotografia é muito mais do que clicar, é uma forma de se expressar, de mostrar quem você é através da sua visão. E estes também eram os motivos pelos quais meus dois amigos sempre foram minhas inspirações. Não se tratava apenas de gostar das fotos que eles clicavam, mas de conseguir vê-los nas suas imagens e neste momento, um pedaço de mim se conectava com as suas mensagens. À eles (Robson Bento, Eduardo Santos e Ícaro Moreno), a minha eterna gratidão!
Outro grande mestre (Gui Machala) que encontrei ano passado, no curso de fotografia autoral que eu finalmente arrumei tempo para fazer, regou um pouco mais desta semente, e ela brotou. Foi um reencontro comigo mesma, depois de meses de preparação no curso de terapia transpessoal que fiz. Hoje, na minha bagagem, posso dizer que sou uma pessoa plural (como diz uma amiga!): sou bióloga, fotógrafa e terapeuta. Tudo isso junto e misturado. Tudo isso forma a minha essência e é assim que me aceito do jeito que sou. E pode ter certeza que eu não vou parar por aí. Várias coisas ainda estarão no meu caminho para agregar valor ao meu desenvolvimento pessoal e profissional. E o meu blog vai ser sobre isso. Vamos falar de fotografia sim, mas vamos falar muito mais de inspiração, de processo criativo, de desenvolvimento interno, de caminhos para o autoconhecimento, de transição de carreira. Quero compartilhar minhas experiências com quem está começando, auxiliar com caminhos, tirar dúvidas e deixar uma coisa clara: não existe a fotografia perfeita, existe você no seu caminho. No momento em que você se encontrar, o caminho se abre, as inspirações acendem aquela chama no peito e você simplesmente vai! E pode voar!
Te encontro na próxima postagem! Um grande abraço, Monique.
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Fotografia: um sonho que virou realidade
posted in Dicas de Fotografia